Sara Timóteo

Escrever nos bancos de jardim, correr à beira-rio

Sara Timóteo é escritora, assistente técnica, programadora e faz voluntariado. Cresceu na Póvoa de Santa Iria e foi aqui que descobriu as suas duas grandes paixões: os livros e a corrida.

A Biblioteca da Quinta da Piedade é uma referência para Sara: foi lá que descobriu (e continua a descobrir) muitos autores e muitas histórias que a inspiram e entusiasmam.

Das estantes desta biblioteca, trouxe emprestados centenas de livros para ler algures num dos cantos da cidade.

E perto dela, nos jardins da Quintinha, escreveu vários capítulos dos seus livros.

Para a escritora, a Póvoa de Santa Iria tem um ambiente que inspira: “a mim inspira-me olhar para o rio, olhar para a lua sobre o rio, ver o nascer do sol sobre o rio. É um privilégio, para mim. Para o meu processo criativo é essencial”.

Outro dos cantos da cidade que frequenta para escrever e observar a lua e o sol sobre o rio é o passeio Ribeirinho.

Foi também lá que escreveu, no ano 2003 o conjunto de poemas: “Poemas à Beira Rio”.

Onde se pode ler, por exemplo:

Sacia-me!

Ressurge do teu lar salgado

e vem ao meu encontro,

minha noiva branca,

branca flor das águas.

 

Teci à tua medida um vestido

a condizer com o tapete de espuma que te aprisiona:

fi-lo com carícias de negro luar

nas noites em que revives,

e está pronto, pronto para ti,

minha noiva branca,

branca flor das águas.

“Estes poemas contam a história daquilo que eu via no rio, à beira do rio”, explica Sara.

Esse conjunto de poemas receberam elogios de Arquimedes da Silva Santos, uma das grandes figuras da história política e cultural do Concelho, que nasceu na Póvoa de Santa Iria e que fez parte do grupo neorrealista de Vila Franca de Xira.

É também nesta zona Ribeirinha que pratica a sua outra paixão, o exercício físico. Aqui, treina a sua resistência fazendo corridas de mais de 10km. Em 2015, teve oportunidade de ali cortar a meta e ganhar uma corrida solidária organizada na localidade.  Já em 2020, acabou por escolher este sítio para participar na corrida de São Silvestre virtual, percorrendo os seus 10km à beira-rio.

É um cenário que escolhe para passeios, para escrever e para praticar exercício físico porque diz ser “tranquilo, seguro, dinâmico e de uma incrível beleza natural”.

Segurança é também o que a faz viver e querer continuar a viver aqui, na Póvoa de Santa Iria.

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outros testemunhos

Pela lente da máquina fotográfica de Zélia Paulo Silva - fotografa não de profissão, mas por paixão -, já foram registadas centenas de embarcações típicas do Tejo, diferentes perspetivas do rio e outros tantos ângulos de aves e de plantas que o envolvem.
Há dias, semanas e até meses, que passam sem que se dê conta. As horas são repletas de tarefas e a agitação dos compromissos e das rotinas fazem andar mais depressa quem, mais do que nunca, precisa: parar, respirar, ter tempo.
Amo a minha profissão que era a dos meus pais. Não é só uma profissão, é um modo de vida…sinto-me livre. Quando saio da minha casa para ir para o barco, sinto-me feliz … Tenho milhares de histórias para contar.
Amo a minha profissão que era a dos meus pais. Não é só uma profissão, é um modo de vida…sinto-me livre. Quando saio da minha casa para ir para o barco, sinto-me feliz … Tenho milhares de histórias para contar.
Este é um cenário que encanta pequenos e graúdos, como é o caso de Susana Monteiro e da sua filha, Íris Barbosa, de sete anos - a verdadeira exploradora das borboletas da praia dos pescadores, na zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria.
Considera-se uma espécie de “cientista da moda”. Em casa, na Póvoa de Santa Iria, Mónica esteve sempre atenta às roupas feitas pela mãe, que é modista, onde aprendeu a alinhavar. Do pai, engenheiro de aviação, herdou a curiosidade.

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