Zélia Paulo Silva

Passeio à beira Tejo com a fotógrafa Zélia Silva

Pela lente da máquina fotográfica de Zélia Paulo Silva – fotografa não de profissão, mas por paixão -, já foram registadas centenas de embarcações típicas do Tejo, diferentes perspetivas do rio e outros tantos ângulos de aves e de plantas que o envolvem.

A zona ribeirinha da Póvoa e a sua extensão até Vila Franca de Xira são locais de passagem habitual para Zélia: raro é o dia em que por aqui não caminhe e é também rara a vez que deixe a sua companheira, a câmara que outrora foi analógica e agora se adaptou aos tempos atuais, em casa.

 

“É uma forma de estar. Na verdade, é mesmo o meu bem-estar! O rio transmite-me calma e tranquilidade. Como tenho uma vida profissional agitada, pego na máquina, ando e esqueço-me de tudo. Até do telefone me esqueço. Fica tudo para trás!”, explica Zélia.

Foi através das caminhadas que se deixou cativar pela beleza das embarcações típicas do Tejo e pelas particularidades das rotinas dos Avieiros. Ao longo de 30 anos, presenciou amanheceres no cais, chegou a diferentes destinos viajando a bordo de canoas e até do histórico barco Varino Liberdade, foi testemunha de incríveis pores do sol e ouviu histórias de Avieiros das que não mais se esquecem (sobretudo as contadas pelo “Mestre Calão”). 

É através da sua lente que a faz ser referência no que à exploração fotográfica do Rio Tejo diz respeito que também já descobriu a panóplia de aves que aqui existe “flamingos, colhereiros, garças imperiais e garças brancas, andorinhas de rio, mergulhões, corvos marinhos, perna longa, galinhas de água”. 

São estas surpresas que a fazem continuar a acompanhar a Marinha do Tejo, a comunidade Avieira da Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira e a Stela Maris da Moita. 

E sua história com o rio e com esta localidade que tanto gosta, é para continuar.

Para Zélia, a Póvoa de Santa Iria é sinónimo de equilíbrio, porque a faz “sair da realidade”. Ao olhar para o lado esquerdo diz ver “rio, serra, nuvens, horizonte” e, do seu lado direito, espreita a urbanização que lhe confere as respostas a todas as suas necessidades. 

“Temos todos os meios necessários para ter aquilo a que chamo qualidade de vida. Se precisar, tenho por perto o centro de saúde, as três escolas para os meus filhos frequentarem os diferentes anos letivos, estou em Lisboa num curto espaço de tempo, tenho a opção de ir de transportes e se for de carro facilmente estou em qualquer destino através das acessibilidades que aqui existem.”

Todas estas particularidades são o “clique” perfeito para não querer viver noutro lado que não seja este, “à beira rio e junto à lezíria”.

“Esta zona faz-me bem”, finaliza.

 

     

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Amo a minha profissão que era a dos meus pais. Não é só uma profissão, é um modo de vida…sinto-me livre. Quando saio da minha casa para ir para o barco, sinto-me feliz … Tenho milhares de histórias para contar.
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